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sábado, 26 de setembro de 2015

Alimentos na Europa



Tempo seco ameaça safra de grãos de 2016 na Ucrânia e Rússia
Prashanth Vishwanathanan/Bloomberg 



Plantação de trigo
Pavel Polityuk e Polina Devitt, da REUTERS
Kiev/Moscou - O tempo seco está ameaçando a safra de grãos de 2016 na Ucrânia e na Rússia, ambos grandes exportadores de trigo do Mar Negro que estão atualmente semeando sua colheita de inverno, disseram analistas e meteorologistas. 

Autoridades esperam que a área total para os grãos de inverno permaneça estável na comparação com o ano anterior na Ucrânia, em 7,4 milhões de hectares, e que aumentem em 300 mil hectares para 17,1 milhões de hectares na Rússia. 

A maioria das sementes na Ucrânia foram plantadas em solo seco por causa da seca que atinge as regiões central, do Leste e Sul e observadores temem que a falta de umidade possa prejudicar as safras de trigo e cevada de 2016. 

"Nas regiões do Sul e do Leste, onde o período sem chuvas durou mais de um mês, condições muito desfavoráveis para o reabastecimento da umidade do solo foram observadas nos campos para a semeadura das safras de inverno", disse a consultoria UkrAgroConsult.

"Se não houver tempo suficiente de semeadura, as chances de que os cultivos cheguem ao inverno subdesenvolvidos e fracos aumentam."

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A velha Europa se renova



Suíça conclui a perfuração do túnel mais longo do mundo,
com 53 km de extensão até a Itália
Túnel de Base de Gothard foi construído a dois mil metros abaixo do solo nos Alpes Suíços para abrigar instalações ferroviárias
Kelly Amorim, do Portal PINIweb





Após 15 anos desde o início das obras, foram concluídos na última semana os serviços de perfuração do Túnel de Base de Gothard, nos Alpes Suíços, com 57 km de extensão. A estrutura, que abriga instalações ferroviárias e liga as cidades de Zurique, na Suíça, e Milão, na Itália, desbancou o Seikan Tunnel, no Japão, com 53 km, e é agora o maior túnel do mundo.
O empreendimento, que foi construído a dois mil metros abaixo do solo para modernizar o túnel já existente de 15 km de extensão, está orçado em mais de 12 bilhões de francos suíços, o equivalente a 12,58 bilhões de dólares.
A partir de 2016, quando entrará em operação, o túnel poderá receber até 300 comboios, sendo que os comboios de passageiros poderão circular a uma velocidade de 250 km por hora, e as composições de carga atingirão 160 km por hora, o dobro da velocidade atual.
A previsão é de que a viagem entre Zurique e Milão seja feita em menos de duas horas. Segundo a estatal suíça CFF, mil pessoas serão selecionadas em janeiro para fazer a primeira viagem no novo túnel.
As obras mobilizaram 2.500 trabalhadores diretos, sendo que oito foram mortos em acidentes durante os trabalhos.


sábado, 12 de setembro de 2015

AVIÕES BRASILEIROS

Berçário de aviões
Brasil tem cerca de 20 fábricas de pequenas aeronaves, que investem em inovações e na colaboração com universidades para crescer













YURI VASCONCELOS | ED. 234 | AGOSTO 2015




Túnel de vento para testes na UFMG e desenhos de aeronaves feitos por alunos da universidade
Em maio deste ano, pela primeira vez no Brasil, um avião elétrico tripulado voou, colocando o país no seleto grupo de nações que dominam a tecnologia de fabricação de aeronaves elétricas. O voo aconteceu em São José dos Campos, cidade paulista que abriga o maior polo aeronáutico do país e é sede da Embraer, terceira maior fabricante mundial de jatos comerciais de passageiros. O Sora-e pertence à ACS-Aviation, uma das cerca de 20 empresas brasileiras que se dedicam à fabricação de pequenos aviões classificados pela Agência Nacional de Aviação (Anac) como experimentais ou aeronaves leves desportivas. Essas últimas, uma subcategoria dos experimentais criada pela Anac em 2011, são conhecidas pela sigla LSA, de light sport aircraft, e podem ser vendidas completas, enquanto os experimentais de construção amadora são aeronaves leves, não homologadas, que vão para o mercado em forma de kits e precisam ter 51% de sua montagem feita pelo comprador, normalmente um piloto privado.

Metade dos fabricantes desses aviões está localizada no interior de São Paulo, enquanto os outros se espalham por Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina, Paraná e Bahia. O Brasil tem o segundo maior mercado global de aviões experimentais, só superado pelos Estados Unidos. Segundo dados da Anac, existiam no país 4.958 aeronaves desse tipo em 2013. Principalmente destinados a pilotos amadores que querem voar em equipamento próprio, esses aviões são usados para lazer, recreação ou transporte pessoal, e não podem ser empregados em qualquer atividade comercial. “O Brasil é um país com dimensões continentais que comporta essa variação de aviões para atender às mais diversas necessidades”, explica Humbert Peixoto Silveira, presidente da Associação Brasileira de Aviação Experimental (Abraex). Os aviões experimentais custam a partir de R$ 50 mil, enquanto os LSA – os esportivos – saem até por R$ 750 mil.

Sora-e, primeiro avião elétrico fabricado no Brasil
Apesar do porte pequeno e da capacidade limitada a dois ou quatro ocupantes, segundo Humbert, os experimentais são veículos tecnologicamente avançados. “No mundo todo, a aviação experimental funciona como um laboratório para as grandes fábricas de aviões, como Airbus, Boeing e Embraer. Esses aparelhos nascem de projetos inovadores em termos de estrutura e aerodinâmica, são construídos a partir de técnicas aprimoradas de fabricação, utilizam novos materiais em sua estrutura e são equipados com aviônicos [equipamentos elétricos e eletrônicos dos aviões] digitais e motores potentes, que podem levar alguns modelos a voar a mais de 300 quilômetros por hora [km/h]”, diz.

O voo do Sora-e coroou dois anos de trabalho do engenheiro aeronáutico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Alexandre Zaramella, sócio-diretor da ACS-Aviation, empresa localizada em São José dos Campos (ver Pesquisa FAPESP nº 228). “Existem no mundo meia dúzia de companhias focadas no desenvolvimento de aviões elétricos. E nós somos uma das poucas com um aparelho testado em voo”, diz ele. O desenvolvimento do Sora-e – uma versão do principal modelo da ACS-Aviation, o Sora com motor a combustão – teve a parceria do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Movidos a Eletricidade da Itaipu Binacional e recebeu uma subvenção de R$ 500 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), destinada à criação de um sistema elétrico para aeronaves. O avião tem dois motores elétricos de 35 quilowatts (kW) cada um, alimentados por um conjunto de seis baterias de lítio íon polímero de 400 volts, que podem manter a aeronave no ar por até uma hora e 30 minutos.

Super Petrel LS: pouso e decolagem na água e na terra

Materiais compostos

Na aviação hoje procura-se utilizar compósitos – ou materiais compostos, como metal e polímero, carbono e vidro – na fabricação da estrutura das aeronaves, em substituição ao alumínio aeronáutico, em razão do baixo peso e da elevada resistência desses novos materiais. A empresa europeia Airbus, por exemplo, entregou em janeiro deste ano para a Qatar Airways o primeiro jato da companhia com asas e fuselagem feita de polímeros reforçados com fibra de carbono, o A350 XWB, com capacidade para 366 passageiros.

Outro fabricante brasileiro de aviões leves esportivos que recorreu a compósitos foi a Scoda Aeronáutica. Localizada em Ipeúna, a 195 quilômetros de São Paulo, a companhia fabrica o Super Petrel LS, um avião anfíbio (que pousa e decola tanto da água como da terra) que é um sucesso no exterior. “Já produzimos 350 unidades do Super Petrel LS e do Super Petrel 100, seu antecessor. Eles foram vendidos para 23 países e temos clientes em outros quatro prestes a receber suas encomendas”, conta Rodrigo Scoda, dono da empresa. O Super Petrel custa a partir de R$ 350 mil.

Engenheiro aeronáutico graduado na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), em São Carlos, Scoda ressalta que o sucesso de seu avião se deve, em boa medida, ao fato de ser certificado nos Estados Unidos e em outros países na categoria LSA. “Projetamos o Super Petrel LS com a norma do FAA [Federal Aviation Administration] na mão. Essa foi a maneira que encontramos de fabricar um produto global”, afirma. O FAA é o órgão dos Estados Unidos responsável pela regulamentação da aviação civil. Suas normas servem de modelo para vários países, inclusive o Brasil.

Produzido com um compósito constituído de fibra de carbono e fibra de aramida (kevlar), o Super Petrel LS foi inspirado no avião anfíbio francês Hydroplum, dos anos 1980. A Scoda é responsável por 81% de seu processo produtivo e apenas as partes mecânicas são importadas. Um aspecto incomum do processo de desenvolvimento e certificação do Super Petrel LS foi o fato de 90% ter sido feito por estagiários do 4o e 5o anos do curso de engenharia aeronáutica da EESC-USP. “Sempre que possível, trabalhamos em parceria com universidades. Três de nossos oito engenheiros foram formados na EESC”, diz Scoda. A equipe de colaboradores da empresa é constituída por 100 profissionais, entre técnicos, engenheiros, mecânicos, pilotos e administradores.




Monomotor Quasar: 60 aviões vendidos