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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

E não deu em nada ao custo de um bilhão



Líderes partidários orientam votação de denúncia contra Temer na Câmara

  • 25/10/2017 18h55
  • Brasília
Iolando Lourenço e Heloisa Cristaldo - Repórteres da Agência Brasil






 Plenário da Câmara dos Deputados inicia processo de votação da segunda denúncia da PGR contra Temer e ministros Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Com 468 deputados em plenário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu início ao encaminhamento dos líderes partidários sobre como devem votar suas bancadas em relação ao parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomendou o não prosseguimento das investigações contra o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral).

Saiba Mais
O primeiro líder a encaminhar foi o do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), que recomendou voto favorável ao parecer de Andrada. Em seguida, a liderança do PT encaminhou voto contrário ao parecer. Cada líder terá um minuto para orientar suas bancadas.

O parecer da CCJ será submetido à votação pela chamada nominal dos parlamentares, que responderão “sim”, “não” ou “abstenção”. A ordem de votação se dará por ordem alfabética, começando por Roraima (região Norte) em seguida Rio Grande do Sul e Santa Catarina alternando com estados da região Norte e seguindo para as demais regiões do país.

Maia designou o primeiro-secretário da Casa, deputado Jacob (PR-PR), para colher os votos “sim”. A segunda-secretária da Câmara, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO) para anotar os votos “não” e o terceiro-secretário, deputado JHC (PSB-AL), para colher os votos de abstenção.

A expectativa de lideranças governistas é que a votação seja encerrada em poucas horas, com placar favorável ao parecer de Andrada.
Edição: Amanda Cieglinski
 


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Não vai dar em nada, lamentamos



Parecer sobre denúncia contra Temer será apresentado até terça na CCJ

  • 04/10/2017 19h54
  • Brasília
Iolando Lourenço e Heloisa Cristaldo - Repórteres da Agência Brasil

 
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco, recebe de Eduardo Carnelós a defesa de Temer Wilson Dias/Agência Brasil

Apresentadas as defesas contra a denúncia envolvendo o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da da República, começa a contar a partir desta quinta-feira (5) o prazo regimental de cinco sessões para o relator, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), apresentar o parecer e colocá-lo em discussão e votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que até terça-feira (10) o parecer de Andrada será apresentado na comissão. Com pedido de vistas, os deputados terão duas sessões para estudar o parecer, que será votado pela comissão, na semana seguinte ao feriado de 12 de outubro.

“Nós vamos designar para a semana que vem, de acordo com a agenda do deputado Bonifácio de Andrada, a sessão da CCJ para a leitura do parecer. Uma vez lido esse parecer, os advogados de defesa terão prazo igual ao que o relator fizer uso para fazer a sustentação oral da defesa”, explicou Pacheco.

O deputado reafirmou manterá a indicação de Bonifácio de Andrada para a relatoria da denúncia na CCJ e disse que cumprirá “exatamente” o regimento da Câmara, caso o relator seja retirado da comissão pelo partido. Nesse caso, sendo de interesse do relator, ele poderá exercer o cargo se for indicado na vaga de outro partido.

“Considero que a escolha do Bonifácio está feita, ele é parlamentar ativo, membro da Comissão de Constituição e Justiça. Não acredito que uma eventual licença do partido seja im inibidor, do ponto de vista regimental, para que ele relate a matéria. Mas vamos fazer essa avaliação. e pode ter certeza de que tudo que for adequado regimentalmente nós vamos cumprir”, acrescentou.

Repercussão
A defesa dos acusados foi recebida nesta tarde pela comissão. Temer e os ministros Padilha e Moreira Franco foram acusados pela Procuradoria-Geral da República dos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa. Para o advogado Eduardo Carnelós, que representa Temer, a denúncia é uma “tentativa de golpe” e uma “das mais absurdas acusações de que se tem notícia na história do Brasil”.

“Trata-se de uma peça absolutamente armada, baseada em provas forjadas feitas com objetivo claro, e até indisfarçado, de depor o presidente da República”, disse. “[É uma] denúncia com tantos vícios, tantas inconsistências, feitas sem suporte probatório. Não há nenhum documento que possa demonstrar qualquer indício da prática de crime pelo presidente da República”, completou Carnelós.

O líder do PHS na Câmara, Diego Garcia (PR), rebateu a afirmação de Carnelós e defendeu a investigação do presidente Michel Temer e dos ministros. “Na verdade não foi golpe nenhum. O golpe foi o que essa quadrilha, essa organização criminosa criada dentro PMDB fez e cometeu contra o Estado e contra o povo brasileiro. Queremos a investigação – isso é o óbvio – mas, infelizmente, nesse cenário, temos que defender aqui na Casa o óbvio, que é a apuração desses fatos”, afirmou Garcia.

Para Garcia, há uma tentativa de enfraquecer a denúncia elaborada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pouco antes de deixar o cargo. “Eles estão tentando fragilizar a denúncia, que é muito consistente e traz elementos novos, diferentes da primeira, como o avanço da própria investigação do Ministério Público. Traz um novo cenário dos acontecimentos que ocorreram entre a primeira e a segunda denúncias”, acrescentou o parlamentar. “É um dos nossos papéis principais a investigação, e não podemos impedir de que o presidente da República seja investigado. Ninguém está acima da lei no nosso país”.

O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que a tramitação da denúncia deve ser acelerada na Casa e reiterou que o pedido de investigação deve ser arquivado pela Câmara. "Nós devemos votar isso com rapidez, até porque uma denúncia contra o presidente da República mexe muito com o dia a dia na Câmara, e nós temos que tirar isso da frente. Tenho certeza de que vamos vencer mais uma vez, arquivando esta segunda denúncia”.

Para Beto Mansur, as  denúncias são totalmente inócuas, sem cabimento. "O ex-procurador [Rodrigo Janot] trabalhou incansavelmente com sua equipe para tentar derrubar o presidente. Foi uma grande conspiração que se fez já na primeira denúncia e está se tentando na segunda denúncia, e o Brasil não quer aceitar uma situação como essa”, concluiu.

Para o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos principais interlocutores do governo na Câmara, a denúncia será arquivada com placar mais favorável ao presidente Temer do que o registrado na votação da primeira. Na ocasião, o plenário da Casa registrou 263 votos a favor do parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), o que levou à rejeição do pedido de investigação de Temer. Houve 227 votos contra, duas abstenções e 19 ausências.

“A denúncia é frágil, e até diria que é uma denúncia rançosa, tipo manteiga velha, apresentada por um denunciante cada vez mais fragilizado. Eu tenho cada vez mais convicção de que será recusada, rejeitada pelo Parlamento de uma forma até mais tranquila do que a anterior”, afirmou Marun.

Edição: Nádia Franco